Job Rotation: benefícios para as empresas e profissionais
Há alguns anos atuo como consultora interna na área de Gestão de Pessoas em algumas empresas, e durante estes trabalhos, percebo constantemente uma dificuldade das empresas em “transferir” as atividades de um colaborador para outro quando há necessidade, seja por motivos de falta, férias ou desligamento, por isso hoje vou falar sob Job Rotation. Você já conhece essa prática?
Job Rotation é um termo inglês, que se traduzido para o português, já define sua principal função: rodízio de trabalho. Esta é uma prática cada vez mais utilizada em grandes empresas, principalmente em programas de Trainee. Nesta prática, o profissional passa por diversas áreas da empresa, com a finalidade de aprender mais sobre o negócio e diferentes setores da empresa. Isso faz com que o profissional possa entender o processo como um todo, visto de diferentes pontos.
O Job Rotation, assim como o Coaching, é um dos poucos processos que realmente desenvolve competências, já que faz com que o profissional execute as atividades por um período de tempo, o que faz internalizar o conhecimento e desenvolver a habilidade para tal tarefa.
O rodízio de atividades dentro da empresa é uma prática que não necessariamente implica em promoções, mas deixa claro ao gestor que, quando houver necessidade, pode contar com o conhecimento daquele profissional para atividades de outros setores onde ele atuou, pois é uma movimentação horizontal dentro da empresa.
Para que uma prática de Job Rotation ocorra, é preciso que os setores/funções estejam definidos, que as atividades/metas das funções estejam estabelecidas em cada setor, a fim de possibilitar clareza do que deve ser feito para quem passar pela experiência prática de rodízio de atividades. Um profissional ao saber que será responsabilizado por tais atividades, tende a se comprometer e entregar o resultado com alta produtividade. Uma das deficiências que as empresas acumulam, é não deixar claro o que se espera do colaborador, quais as entregas são desejáveis e o tempo que terão para executá-las.
Benefícios para os profissionais
Para os profissionais, a possibilidade de aprender a trabalhar em setores diferentes e atividades diversas, promove o desenvolvimento de habilidades, além de maior interação com os colegas e com o cotidiano vivido por cada um, o que gera como benefício, maior engajamento na equipe, já que passam a conhecer o dia a dia um do outro. Além disso, o Job Rotation faz com que o profissional saia da sua zona de conforto e busque novos conhecimentos, a fim de entregar com qualidade as atividades.
Os sentimentos de pertencimento à cultura organizacional também tendem a surgir nesta prática, pois a interação que o processo exige traz maior conhecimento dos objetivos organizacionais.
Benefícios para as empresas
Para as empresas é uma prática muito válida, já que possui um baixo custo se comparado a um treinamento técnico da área, pois ao mesmo tempo que utiliza um colaborador para ensinar as atividades, o valoriza pelo seu conhecimento, colocando o profissional como um “mentor” da função. Exclui-se ainda, custos com deslocamentos, lanches e hospedagem.
Ainda, a empresa terá colaboradores aptos a executarem atividades de outros setores onde já passou no rodízio sempre que necessário, uma vez que o profissional agrega experiência, conhecimento e habilidade.
Falando assim parece fácil implementar tal prática, porém, esta deve ser planejada e estruturada anteriormente ao início do processo. Tal planejamento pode evitar a perda de tempo, investimento e problemas sindicais. É preciso que o profissional que estará ensinando entenda o por quê dessa prática, a qual também lhe trará vantagens, já que estará desenvolvendo habilidades tais como comunicação, liderança e relacionamento interpessoal.
O Job Rotation deve iniciar com poucas pessoas, em setores mais maduros e organizados na empresa, tendo em vista a validação deste processo na cultura da empresa. Não há definição específica de quem pode participar, ficando à escolha da empresa optar pelos colaboradores para startar o processo. Algumas empresas, já na admissão do novo colaborador, iniciam o processo de Job Rotation antes de alocar o profissional na função específica que foi contratado, porém, é importante lembrar do planejamento falado anteriormente.
Não há período delimitado para execução de tal prática, podendo variar entre dias, semanas ou meses. Conjuntamente com o RH, é importante que o Gestor do setor participe do planejamento do processo, a fim de alinhar os objetivos que a prática deve gerar.
Então, que acha desse desafio? Já pensou em implementar essa prática na sua empresa? Ou você já executou tal prática? Conte-nos sua experiência.